O-minimal geometry generalizes both semialgebraic and subanalytic geometries, and has been very successful in solving special cases of some problems in arithmetic geometry, such as André–Oort conjecture. Among the many tools developed in an o-minimal setting are cohomology theories for abstract-definable continuous manifolds such as singular cohomology, sheaf cohomology and Čech cohomology, which have been used for instance to prove Pillay’s conjecture concerning definably compact groups. In the present thesis we elaborate an o-minimal de Rham cohomology theory for abstract-definable $C^{\infty (...) }$ manifolds in an o-minimal expansion of the real field which admits smooth cell decomposition and defines the exponential function. We can specify the o-minimal cohomology groups and attain some properties such as the existence of Mayer–Vietoris sequence and the invariance under abstract-definable $C^{\infty }$ diffeomorphisms. However, in order to obtain the invariance of our o-minimal cohomology under abstract-definable homotopy we must work in a tame context that defines sufficiently many primitives and assume the validity of a statement related to Bröcker’s question.Abstract prepared by Rodrigo Figueiredo.E-mail: rodrigo@ime.usp.brURL: https://doi.org/10.11606/T.45.2019.tde-28042019-181150. (shrink)

Este artigo tem como objetivo abordar o tratamento dado por Foucault ao tema da produção dos sujeitos e objetos do conhecimento. A partir de conceitos fundamentais de Foucault como saber, poder, prática e discurso, procuro ressaltar a influência que os textos de Nietzsche dedicados ao conhecimento tiveram sobre a abordagem genealógica foucaultiana. Passando por alguns textos de teor metodológico de Foucault, pretendo mostrar como a sua genealogia é marcada por uma crítica do conhecimento em que se questiona, a partir de (...) uma perspectiva nietzschiana, o estatuto da relação entre sujeito e objeto e os modos de constituição da verdade são questionados. (shrink)

O presente artigo tem como objetivo, a partir de pesquisa bibliográfica desenvolvida no âmbito do doutorado em Educação, analisar as ideias pedagógicas de Johann Friedrich Herbart (1776-1841) e as possíveis contribuições do mesmo para a construção da masculinidade moderna. Herbart é um dos precursores da Pedagogia enquanto ciência organizada, associando diretamente os conhecimentos da filosofia, da educação e da psicologia para formular um aparato teórico que respondesse às transformações dos séculos XVII e XVIII, notadamente o Iluminismo Francês e a ascensão (...) da burguesia industrial, por isso, consideramos que o mesmo marca profundamente a Modernidade, tanto seu projeto pedagógico quanto sua concepção de masculinidade. Para melhor compreender a temática que propomos neste trabalho, dividimos o artigo em quatro seções: (a) na introdução localizamos os estudos sobre as masculinidades e o marco temporal deste trabalho; (b) em seguida expomos os percurso metodológico bibliográfico baseado no desenho circular de aproximações sucessivas às fontes; (c) na terceira analisamos o contexto histórico das formulações de Herbart, a organização sintética de suas ideias e sua proposta pedagógica; (d) por fim estabelecemos relações entre o projeto educacional do autor e as suas contribuições a masculinidade moderna. Concluímos que o pensamento de Herbat, pela abrangência de suas formulações, se configura como um dos pilares da masculinidade hegemônica. (shrink)

The study of anarchism as a philosophical, political, and social movement has burgeoned both in the academy and in the global activist community in recent years. Taking advantage of this boom in anarchist scholarship, Nathan J. Jun and Shane Wahl have compiled twenty-six cutting-edge essays on this timely topic in New Perspectives on Anarchism.

A higiene dos espaços e o interesse em uma vida mais saudável levou pesquisadores a examinar a relação entre saúde, meio ambiente e movimentos socioespaciais na proliferação de doenças como a esquistossomose. As migrações de pessoas por melhores oportunidades de trabalho e acesso a serviços de saúde podem impactar na distribuição geográfica dessas doenças. O cenário de doenças de veiculação hídricas, devido à falta de saneamento básico e migrações tem sido uma preocupação da sociedade e órgãos ambientais, pois, podem influenciar (...) na ocorrência da esquistossomose. Este estudo relaciona urbanização, movimentos socioespaciais e saneamento com o surgimento da esquistossomose, utilizando pesquisas bibliográficas de fontes como FIOCRUZ, IBGE e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Conclui-se que a expansão urbana, associada à chegada de migrantes e à ausência de políticas públicas de saneamento, destaca a necessidade de maior atenção aos problemas de saúde pública, justificando a relevância deste artigo. (shrink)

In this article, we seek to analyze some of the methodological assumptions that contribute to the understanding of Foucault’s nominalism, as well as some of the theoretical consequences of this nominalism. With this intent, in the first part, we deal with his “refusal” of universals, emphasizing the distinction, made in the first volume of the History of Sexuality, between sex and sexuality. In a second moment, we underline this option of Foucault’s method based on excerpts from Nietzsche that demarcate the (...) knowledge’s arbitrary and contingent character. (shrink)

O presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise da proposta de ensino em filosofia apresentada por (Rodrigo) (2009) em seu livro intitulado “Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio, apresentando reflexões a respeito das metodologias de ensino aplicadas nas aulas em escolas de Ensino Médio. Inicialmente será discutido o conceito de educação, aliado à importância da transmissão do conhecimento. Em seguida, será tratado da estruturação do método de ensino proposto, com destaque em suas (...) principais ideias e apontamentos para o campo da prática. Reconhecendo a docência como um exercício desafiador, se faz necessário o conhecimento de estratégias didáticas capazes de aproximar os estudantes do saber filosófico para ajudar a amenizar a dificuldade dos professores em conseguir captar a atenção dos alunos no momento de aula. A título de conclusão, serão traçadas potencialidades e limitações da metodologia apresentada, tomando como base experiências vivenciadas nas disciplinas de Estágio Supervisionado em Filosofia e no Projeto Residência Pedagógica, ambas desenvolvidas durante o curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). (shrink)

A ideia do “fi m da história”, subentendida no capítulo fi nal da Fenomenologia do espírito, serviu de base para o início de uma discussão, feita a partir das posições assumidas por Alexandre Kojève nos seus cursos sobre Hegel em Paris, na década de 1930, e em sua publicação no fi nal dos anos 1940 (com reedição em 1968), voltou à baila com o artigo de Francis Fukuyama, de 1989, sobre o “fim da história”, no qual ele comemorava o (...) fi m do “socialismo real” e a hegemonia mundial completa dos Estados Unidos da América. Passada a euforia sobre a “nova ordem mundial”, inclusive em virtude de sucessivas crises econômicas, é interessante recolocar a questão sobre as condições sob as quais são aceitáveis conceitos associados a esse tema, especialmente o substantivo “pós-história” e o adjetivo “pós-histórico”. A tese a ser defendida nesse artigo é a de que o campo da estética é um âmbito em que esses conceitos são defensáveis. Como exemplos de refl exões estéticas frutíferas que deles se valem, são consideradas a noção de “arte pós-histórica”, de Arthur Danto, e os desdobramentos estéticos do conceito de “pós-história”, tal como sustentado por Vilém Flusser. (shrink)

The idea that the function of language is its use is commonly ascribed to the Later Wittgenstein. In this paper, I argue that there is textual evidence already coming from the early manuscripts proving that Wittgenstein's philosophical development is culminating in the idea of function as use around 1929–30. I interpret a passage from Ms‐107 in order to show that Wittgenstein's practical turn has sources in different stages of his philosophical development, each of which is dominated by different ideas: the (...) idea of a picture theory; the idea of a phenomenological language and the idea of function as use. (shrink)

In Wittgenstein’s manuscripts dating from 1929 and 1930, there are a number of entries on the notion of probability. In this paper, I explore Wittgenstein’s manuscripts between October 1929 and March 1930 and demonstrate, first, that Wittgenstein completely rejects the assumption that probability statements are based on an a priori principle. Second, I argue that the standard interpretation, which claims that Wittgenstein adopts an ‘epistemological view’ of probability, significantly understates the importance of Wittgenstein’s development of the notion of hypotheses as (...) a philosophical term of art. (shrink)

Logical Holism and Wittgenstein’s ‘Practical Turn’. – Logical holism is the idea that each elementary proposition belongs to a system and is logically connected to other propositions of that system. In this paper I explore this idea and draw its connections to the nature of negative propositions and the ‘problem of recognition’ on the basis of Wittgenstein’s Nachlass. In the first section I argue that in January 1930 the idea leads Wittgenstein to a better understanding of how the negative feature (...) is expressed in propositions, thereby raising the problem of recognition to which he is not yet able to find a proper solution. In the second section I explore how the problem still persists during Wittgenstein’s ‘practical turn’. What he now calls the ‘problem of representation’ forces him to change again his conception of propositions. In the final section I argue that this change is mainly due to the modification of his conception of hypotheses which urges a solution to the problem of representation, though the problem remains unsolved in January 1930. (shrink)

In this introduction we present Patrick Duffley's book Linguistic Meaning meets Linguistic Form, as well as the contributions that each scholar has brought into the debate on linguistic meaning and form. They deal with semantic and foundational issues regarding a sign-based approach to meaning.

In this paper we suggest that Duffley’s sign-based semantics rests on two main claims: a methodological one and an ontological one. The methodological one is the analysis of corpora and the ontological one is the postulate of mental content. By adopting a linguistic enactivist perspective with a Wittgensteinian twist, we endorse Duffley’s methodological claim and suggest that a sign-based semantics doesn’t have to rely on mental content if it takes into account the conception of meaningful material engagement in cognitive archeology (...) and its development into sign-using as an enactive capacity. (shrink)

In this paper, I explore Wittgenstein’s conception of a hypothesis as articulated in Chapters XII and XXII of ‘Philosophical Remarks’. First, I argue that in Chapter XII, Wittgenstein draws on his account of infinity to begin to challenge the view that all hypotheses can be proven by empirical evidence. I then argue that in Chapter XXII that Wittgenstein sharpens this conception of hypotheses claiming that no hypotheses can be verified. Finally, I suggest that Wittgenstein’s conception of a hypothesis relates to (...) his practical view of how language functions. (shrink)

Following the guiding thread given by the metaphors used in the title of this paper and which are recurrent in the texts of the philosopher Immanuel Kant himself as well as in most of his commentators’, I selected some themes that the Critique of the Power of Judgment offers us to think about and which remain relevant today: system, critique, reflection, the sublime, and a certain concept of humanity. I have prioritized both Portuguese and Brazilian interpreters without disregarding French authors, (...) everlasting allies, who inspire me since the beginning of my studies. (shrink)

The paper argues that the common notion that there is a gap between a physical scope, namely, brain processes, and something immaterial such as private experiences is an illusion provoked by the conceptual conflicts of our understanding. In order to overcome this illusion, it is necessary to clarify the foundations and implications of the uses of key concepts in the cognitive field.

In this paper, I discuss whether the view that understanding is the ability to relate the use of an expression to a certain purpose leads to a theory of meaning as use. In particular, I investigate the view that a theory of meaning relies on the assumption that use is related to immanent purposes of language. I inquire whether it is possible to identify those purposes that seem essential for the use of language. Interpreting Wittgenstein, I argue that this idea (...) relies on a misunderstanding between purposes and effects. Single purposes are not to be conceived of as essential for the use of language. However, if we want to speak of an essential purpose of language, I argue, this purpose is to be conceived of as an end in itself. I draw the conclusion that the use of language is an end in itself rather than a means that fulfils essential purposes. (shrink)

Como o próprio título indica, este ensaio pretende dialogar com a recepção do sublime kantiano pela fi losofi a francesa contemporânea, sobretudo com Jean-François Lyotard. Dessa forma,ao invés de ressaltar as consequências inevitável ou sistematicamente morais do sublime kantiano, como fez, de um modo geral, o comentário mais tradicional da fi losofi a crítica de Kant, este ensaio tenta interpretar o sublime como sendo essencialmente uma experiência da arte, seguindo assim de perto aquela tradição francesa. Mas, ao mesmo tempo, tomando (...) alguma distância, este texto quer fazer uma objeção ao fundamento exclusivamente burkiano da concepção de sublime de Lyotard. Em suma, quero defender que é possível privilegiar o tempo (aspecto central do sublime de Edmund Burke, segundo Lyotard) também na experiência do sublime kantiano. (shrink)

Blaise Pascal's significant legacy to the French Enlightenment is well known. Voltaire dedicates the 25th of his Philosophical Letters to him; Diderot mentions him indirectly, but unequivocally, in the title of his first speculative writing, Philosophical Thoughts (1745). In Rousseau's case, the controversy with the Archbishop of Beaumont exposes what separates him from Jansenism - but also what links him to Pascal, namely the use of dualistic categories such as nature and history, principle and process, being and ought to be. (...) In turn, Rousseau was taken by Kant as the "Newton of morality" as early as the 1760s. In this article, I intend to examine whether there are conceptual elements common to Pascal, Rousseau and Kant around the dual conception they adopt to characterize the human condition and its relationship with praxis. (shrink)

The word ‘persuasion’ can be used in two different ways. It can either implicate a process of changing someone’s belief or action without any argumentative justification or, to the contrary, indicate that the changes are indeed a result of argumentative discourse. These two different uses are part of a conceptual development in the history of philosophy. Nowadays they are often placed in contrast to each other, whereby persuasion in philosophy as a non-argumentative act is taken as doubtful and even unsound. (...) In the following paper I argue that the two types of processes should not be conceived of as incompatible, taking some notes from Wittgenstein’s On Certainty as an argumentative source. I will show that persuading as a rational practice is based on the possibility of persuasion as a process of inculcation. These processes can help illuminate the notions of good grounds, reasons and persuasion. In contrast to the common perspective, I will show that they are actually the normal case regarding interaction between humans and thus fundamentally provide the possibility of an argumentative practice of giving and accepting reasons. I conclude that the primacy of argumentative persuasion in relation to inculcation needs to be reversed and the common understanding of human beings as genuine rational acting beings needs to be questioned. (shrink)

In this chapter I discuss Roger Trigg’s contribution to this volume on Wittgenstein, concepts, and human nature. Trigg shares many of the basic assumptions that form the methodological framework of cognitive science of religion (CSR) arguing that Wittgenstein’s later work shares common ground with presumptions, commitments, and accounts in cultural studies that are usually rejected by proponents of CSR. In particular, he challenges Wittgenstein’s notion of truth, that he sees under the threat of radical relativism. Against his view I argue (...) that Wittgenstein’s later philosophy never comes at the cost of losing the notion of objective truth. It rather demands a change in the conceptual framework that underlies the use of this notion of truth. In the first section I argue for the claim in terms of Wittgenstein’s development. In the second section I explore the social nature of meaning in the Later Wittgenstein, arguing, in the third section, that it does not commit us to radical relativism. Finally, I draw some conclusions from my argument for the studies of CSR. (shrink)

Ao longo da história, as mulheres foram colocadas à margem dos direitos sociais. Apesar disto, foram responsáveis por inúmeras contribuições nos saberes de modo geral. Como afirma Costa e Silva (2000, p. 8): “Não obstante o impacto visível de algumas modificações concretas, a maioria das pessoas, incluindo aí homens e mulheres, mesmo entre setores mais instruídos, continuam a pensar de acordo com esquemas patriarcais antigos”. A partir desta reflexão surge um questionamento: Por que, no ensino médio, se estudam pouquíssimas mulheres (...) filósofas e cientistas? O presente projeto objetiva fomentar a discussão acerca das contribuições de mulheres no âmbito da Filosofia e Ciência, construindo e fortalecendo a autonomia, a emancipação e o empoderamento feminino das alunas do ensino médio. O projeto foi executado na EEEP Guilherme Teles Gouveia em 2022. Estudantes e o professor de filosofia pesquisaram sobre mulheres que contribuíram para a humanidade. A partir das discussões e pesquisas foram elaborados questionários e um evento denominado “Simpósio: mulheres na Ciência e na Filosofia”, que levou alunos e alunas ao conhecimento sobre filósofas e cientistas de todas as épocas. Os resultados foram constatados através dos relatos do público e das participantes, no qual foram avaliados os impactos da ação para a comunidade escolar. (shrink)

Segundo o neurocientista Miguel Nicolelis (2020), responsável por exoesqueletos movidos a partir de comandos mentais, os processos de desinformação fazem parte da cognição social. A delegação do processamento de conteúdos mentais a outras cognições ou redes cognitivas consideradas mecanismos confiáveis de produção de crença e a atração da espécie humana por informações simbólicas, que só existem entre cérebros com linguagem, são compulsões intrínsecas ao sistema informacional complexo que nos origina e, por suas teleodinâmicas, sempre oferecem brechas para articulações informacionais incoerentes (...) e até mesmo prejudiciais. Frente a tal constatação, interessa-nos focar na elaboração de narrativas que, por conhecerem a origem cognitiva da desinformação, melhor possam interromper e rearranjar tais processos de falsificação. Há interesse em investir nessa compreensão pois, por sua cientificidade e atualidade, ela pode alavancar esforços no combate à desinformação, dar subsídios para a desarticulação de mecanismos tidos como confiáveis e evidenciar características da cognição enquanto processo social que inclui a divisão de tarefas cognitivas e a corresponsabilidade. É objetivo desta pesquisa analisar as citadas compulsões e embasar intervenções compromissadas com interesse social. A filosofia da informação como nos apresentam Floridi (2011) e Deacon (2012), oferece um panorama teórico afinado aos objetivos visados. Nesse viés, indivíduos são subsistemas especializados na modelagem linguística (racional, semiótica) de conteúdos mentais, originados na percepção e na aprendizagem, a fim de torná-los acessíveis e úteis ao sistema a que pertencemos. (shrink)

Mediante as relações de sentido que possam existir entre as temáticas do corpo, representação e morte, sobretudo nas produções que se utilizam do suporte da fotografia, e também pensando no ponto de mudança entre o documento fotográfico para a mestiçagem da arte contemporânea, o presente artigo se propõe refletir sobre a produção de três artistas visuais: Rosângela Rennó, Christian Boltanski e YdessaHendeles. Os referidos artistas se utilizaram de práticas mestiças e do suporte fotográfico em suas produções visuais, de modo que, (...) através de um olhar mais aprofundado sobre suas obras, seja possível identificar parcialmente a forma como estabeleceram um diálogo entre a representação do corpo morto e a arte contemporânea.Palavras-chave: Fotografia. Memória. Arte Contemporânea. Produção de sentido. (shrink)

Tendo em vista que a cognição humana é sistemicamente orientada para configurações que favoreçam uma ordem social de maior adaptabilidade e resistência à degenerescência - orientações essas filosoficamente resumidas na busca pelo certo, harmonioso e justo - podemos inferir que a emergência da justiça social se dá continuamente a partir da desordem informacional, ou seja, da ressignificação simbólica que caracteriza a construção e desconstrução dos signos linguísticos. Dada a compreensão de que os conceitos simbólicos estão em constante elaboração, e sendo (...) a justiça social um conceito inexorável à experiência humana, percebemos que todos os ajustes de significado de justiça social só podem emergir das atualizações impostas por cada uso de cada indivíduo a cada instante que nunca coincidem. Para argumentar a favor dessa hipótese, parte-se de uma constatação que perpassa quase toda a filosofia a respeito de sermos seres que reagem exclusivamente à lógica, à estética e à ética e do reflexo que tal constatação projeta em filósofos da linguagem como Peirce e Davidson, no filósofo da informação Luciano Floridi e em cientistas cognitivos como Deacon e Nicolelis. Sendo assim, a compreensão do que vem a ser justiça social brota de uma semiose da desordem. Não negamos que toda desordem está complexamente interligada a uma ordem – no caso, significado – mas consideramos relevante o fato de tal ordem ser modelada, ininterrupta e caoticamente, por inforgs e níveis de abstração os mais variados possíveis. (shrink)

In the sparse literature that is concerned with Wittgenstein’s views regarding children and childhood, in his later work, it is often suggested that Wittgenstein presents, or at least is committed to, a romantic notion of the child according to which children should be conceived of as innocent beings who are ontologically different from adults. In this paper I argue that Wittgenstein’s remarks do not support such an interpretation. First, I investigate the arguments for this view presented by Stanley Cavell, Yasushi (...) Maruyama, and Philip Shields. Second, I consider an anti-essentialist understanding of Wittgenstein’s concept of childhood that has been suggested in opposition to the treatment of the child as the ‘ontological other’ and argue that Wittgenstein refers to the child as intermediate link with which to state grammatical facts. In contrast to these various views, I hold, third, that the PI is committed to a strong and substantial concept of childhood. I argue for this claim on the basis of the ‘Motto’ of the PI; Wittgenstein’s reference to the philosopher Augustine; and the use of ‘primitive’. I conclude that Wittgenstein’s concept of childhood in his later works neither romanticises nor dispraises the child as the ‘ontological other’. (shrink)

An exceptional chain of events in science, technology, art and planning took place in Latin America in the 1970s. Does this wonder shed light upon our view of the basic roots of cultural, social and political blooming? This paper intends to adduce evidence on second-order cybernetics processes underlying five outstanding cases in real societies and to disclose the links between democracy and unfettering momentum for freedom and creativity. Namely, Oscar Varsavsky, national projects, styles of development, scientific and technological autonomy; Stefano (...) Varese, cultural and political autonomy of indigenous people; Mario Pedrosa, creation of the Museum of Solidarity in Chile; Stafford Beer, Cybersyn project for cybernetics and self-management in Chile; and Humberto Maturana, concepts of autopoiesis, cognition, language and multiverse. The reasoning counts with the author's direct participation in all cases. The paper sets a similarity worthy of being noticed between Allende’s Unidad Popular in Chile and Pericles’ Golden Age in Greece and outlines why these historic realms albeit far apart have lasting importance and similar historical impetus. Highlights the essential and seminal features of each stream and comes to the conclusion that effective democracy is the necessary condition for participation and creativity. Upsurges in social participation and creativity are neither frequent nor cyclical. Still, such sudden and usually large increase in ingenuity, flair and aim to improve living conditions, although limited in time, remain in our mind as a joy forever. Nowadays, the world witnesses a contrary motion towards sterile art patterns and restrained behaviour. Hence, it becomes even more important to better understand the basic roots of cultural, social and political blooming. (shrink)

BackgroundOrgan transplantation represents the most effective and acceptable therapy for end-stage organ failure. However, its frequent practice often leads to a shortage of organs worldwide. To solve this dilemma, some countries, such as Portugal, have switched from an opt-in to an opt-out system, which has raised concerns about respect for individual autonomy. We aimed to evaluate whether young university students are aware of this opt-out system so that they can make informed, autonomous and conscious decisions, as well as to identify (...) the factors that determine a positive attitude toward post-mortem organ donation.MethodsAn observational, cross-sectional study was developed and a questionnaire was administered to first-year students from six faculties of the University of Porto.ResultsOf the 841 participants, 60% were unaware that Portugal had adopted an opt-out system. Among the informed individuals, their main sources of information included social media, internet, and family. Furthermore, only 48% of all participants agreed with the current opt-out system. Female sex (p = 0.049; OR 1.393), knowledge of the law (p < 0.001; OR 4.749) and family being the primary source of information (p < 0.001; OR 2.855) were independent factors associated with a positive attitude toward post-mortem organ donation law.ConclusionsThere is a significant lack of knowledge among young university students regarding the presumed post-mortem organ donation law and how it works. Female sex, having family as a primary source of information and being aware of the presumed post-mortem organ donation law are the strongest independent factors that determine a positive attitude toward the opt-out system. (shrink)

Wittgenstein's manuscript volumes from 1929: Reflections on the Chronology of MSS 105 – 107. In this paper I identify the evidence that might be used to establish a viable chronology for Wittgenstein’s writing of his manuscript volumes 105 – 107 and sections thereof. Since Wittgenstein omits to date his entries in these three 1929 volumes between February 15 and September 11, the evaluation of these different chronologies must remain somewhat speculative, but the justifications for each can, as I will show, (...) be revealingly compared. I also argue that such attempts at a genealogical appreciation of Wittgenstein’s remarks is not only worthwhile on its own terms but it also further paves the way for an increased understanding of Wittgenstein’s philosophy. I articulate and evaluate three possible chronologies for the year 1929 and argue for the one I take to be the most plausible. (shrink)

Journal of Philosophy of Education, Volume 56, Issue 2, Page 210-226, April 2022.

Por que muitos estudantes aderiram com tanto entusiasmo às jornadas de 2013, ocupando as ruas pelo país afora, e agora, diante da perigosíssima, dangerosíssima ascensão do neonazismo no Brasil, mantêm-se apáticos, indiferentes e até, ousaria dizer, passivos? Talvez, possamos comparar as Jornadas de 2013 com o Maio 68 na França. Aventei a possibilidade de os/as jovens estarem à procura de novos modos de existência, tentando “aplicar” esse conceito deleuziano (com uma admirável posteridade) ao movimento cuja característica mais notável e, aliás, (...) a mais criticada, foi a sua pauta múltipla, sua incontrolável diversidade! (shrink)

The book explores the impact of manuscript remarks during the year 1929 on the development of Wittgenstein’s thought. Although its intention is to put the focus specifically on the manuscripts, the book is not purely exegetical. The contributors generate important new insights for understanding Wittgenstein’s philosophy and his place in the history of analytic philosophy. -/- Wittgenstein’s writings from the years 1929-1930 are valuable, not simply because they marked Wittgenstein’s return to academic philosophy after a seven-year absence, but because these (...) works indicate several changes in his philosophical thinking. The chapters in this volume clarify the significance of Wittgenstein’s return to philosophy in 1929. In Part 1, the contributors address different issues in the philosophy of mathematics, e.g. Wittgenstein's understanding of certain aspects of intuitionism and his commitment to verificationism, as well as his idea of "a new system". Part 2 examines Wittgenstein's philosophical development and his understanding of philosophical method. Here the contributors examine particular problems Wittgenstein dealt with in 1929, e.g. the colour-exclusion problem, and the use of thought experiments as well as his relationship to Frank Ramsey and philosophical pragmatism. Part 3 features essays on phenomenological language. These chapters address the role of spatial analogies and the structure of visual space. Finally, Part 4 includes one chapter on Wittgenstein’s few manuscript remarks about ethics and religion and relates it to his Lecture on Ethics. -/- Wittgenstein’s Philosophy in 1929 will be of great interest to scholars and advanced students working on Wittgenstein and the history of analytic philosophy. (shrink)

The book explores the impact of manuscript remarks during the year 1929 on the development of Wittgenstein's thought. Although its intention is to put the focus specifically on the manuscripts, the book is not purely exegetical. The contributors generate important new insights for understanding Wittgenstein's philosophy and his place in the history of analytic philosophy. Wittgenstein's writings from the years 1929-1930 are valuable, not simply because they marked Wittgenstein's return to academic philosophy after a seven-year absence, but because these works (...) indicate several changes in his philosophical thinking. The chapters in this volume clarify the significance of Wittgenstein's return to philosophy in 1929. In Part 1, the contributors address different issues in the philosophy of mathematics, e.g. Wittgenstein's understanding of certain aspects of intuitionism and his commitment to verificationism, as well as his idea of "a new system". Part 2 examines Wittgenstein's philosophical development and his understanding of philosophical method. Here the contributors examine particular problems Wittgenstein dealt with in 1929, e.g. the colour-exclusion problem, and the use of thought experiments as well as his relationship to Frank Ramsey and philosophical pragmatism. Part 3 features essays on phenomenological language. These chapters address the role of spatial analogies and the structure of visual space. Finally, Part 4 includes one chapter on Wittgenstein's few manuscript remarks about ethics and religion and relates it to his Lecture on Ethics. Wittgenstein's Philosophy in 1929 will be of great interest to scholars and advanced students working on Wittgenstein and the history of analytic philosophy. (shrink)

Pretendo, nesse artigo, assinalar que a instauração do espaço discursivo moderno, tal como foi formulado por Kant, decorre do giro copernicano em filosofia. A supressão da ontologia coloca como questão a relação entre conhecimento e experiência. Em um primeiro momento, na Crítica da razão pura, essa questão é atendida pelo recurso à ideia teológica da metafísica especial, produtora da ilusão transcendental e reabilitada pela crítica como ideia reguladora. Num segundo momento, com o juízo reflexionante estético, esse recurso à metafísica dá (...) lugar à intersubjetividade transcendental, que reenvia ao exercício sadio da faculdade-de-julgar como garante do sentido da experiência. Forma-se, assim, o espaço discursivo aberto e plural, próprio à modernidade, o mesmo que hoje vem sendo questionado como abstrato, ideológico e excludente. (shrink)

O questionamento da validade do princípio sistemático do kantismo trouxe inicialmente consigo tentativas de aperfeiçoá-lo e, em seguida, a suspeita de que a revolução filosófica trazida pela Crítica sela um compromisso arbitrário com os dogmas da moral e da religião, reforçada pelo fato de serem eles reabilitados na filosofia prática a despeito da interdição do dogmatismo. Ao revés dessas interpretações e a partir da retomada do "2 Préfácio" da Crítica da razão pura, argumenta-se aqui que, em Kant, moralidade e sistema (...) andam juntos. (shrink)

La doctrine philosophique préparée par la révolution copernicienne ne semble pas faire sa part au politique. En effet, le système de la philosophie se divise en liberté et nature, le politique ne pouvant être réduit ni à l'autre. Cependant, on peut dégager l'originalité du politique chez Kant précisément à partir de cette difficulté d'accommodation. On verra alors s'esquisser un rapprochement stylistique entre Kant et l'idéalisme allemand: dans les deux cas, l'intelligibilité du présent est rapportée à la médiation entre normativité et (...) expérience. It seems that there is no place to politics in the philosophical doctrine orchestrated by the Copernican revolution. Indeed, none of the two parts of the philosophical system — nature and freedom — can alone give a satisfactory account of politics. However, it is arguable that by reflecting on this topical difficulty one could detect the originality of Kant's approach to the political. By proceeding in this way one is also able to recognize a stylistic nearness between Kant and the philosophers of German Idealism: in both cases, the intelligibility of the present is related to the mediation between normativity and experience. (shrink)

O feminismo interseccional tem sido apontado como uma importante teoria na compreensão de como as opressões de gênero, classe e raça dentre outras, se relacionam entre si e interferem na vida de cada mulher, que acaba assim por experimentar a opressão de gênero a partir de um ponto de vista único. Além disso, a atuação de coletivos feministas tem sido fundamental na vida de mulheres, como espaços de empoderamento e de luta em prol de uma sociedade menos opressiva. Assim, apresentamos (...) nesse trabalho o processo de adoção do feminismo interseccional como ferramenta teórico-metodológica por um coletivo feminista da Bahia, Brasil. Para tanto, realizamos um relato das atividades desenvolvidas pelo grupo entre os anos de 2013 e 2017. Foi possível identificar o forte vínculo afetivo estabelecido entre as companheiras e como o discurso interseccional tem sido importante nesse processo e nas ações do Coletivo como um todo. Constatou-se, assim, que a utilização deste referencial pode ser poderosa no sentido de contribuir para diálogos mais inclusivos e assim mais transformadores. Corroborando, ainda, com a ideia da extrema relevância da articulação entre o feminismo acadêmico e a ação política, além de destacar os desafios da consolidação de coletivos que nascem no âmbito acadêmico. (shrink)